Sem remanejamento, o programa de financiamento de máquinas agrícolas já consumiu a quantia de R$ 5 bilhões dos R$ 8,9 bilhões reservados para a atual safra
João Marchesan, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), solicitou o remanejamento monetário à equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro, a fim de suplementar o programa Moderfrota, de financiamento de máquinas agrícolas.
Economia
Reunido na Segunda-feira (26/11) com o economista Paulo Guedes, novo responsável pelo setor do Ministério da Economia no país, João Marchesan nesta na quarta-feira (28/11), também se encontrou com Tereza Cristina (DEM-MS), deputada federal que irá liderar o setor da Agricultura no Brasil.
A presente demanda foi encaminhada à Michel Temer, atual presidente da república, em reunião no Palácio do Planalto.
Na discussão, Marchesan aborda que entregou um ofício com dados do desembolso do programa. Nele, constava-se que os recursos disponíveis não chegariam até o dia 31 de março de 2019, três meses antes do fim do ciclo agrícola do de 2018/2019, previsto com final para o dia 30 de junho.
No encontro com Tereza Cristina, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, o presidente da ABIMARQ enfatizou o fato: “Estamos vendo que o saldo que está sobrando, por volta de R$ 4 bilhões, não chega até o final de março. Não vai ter dinheiro para o financiamento nas principais feiras de máquinas do país, que começam justamente a partir desse mês”.
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Previsão já esperada
A situação demonstra-se preocupante. Entretanto, tal queda já era prevista.
Sendo antecipada pela Coluna do “Broadcast Agro” no último dia 09 de novembro, de acordo com dados do setor apontados pela ABIMAQ, a linha fomentada pelo BNDES (com juros de 7,5% a 9,5% ao ano), já superou mais da metade dos R$ 8,9 bilhões disponíveis para a safra.
O setor da Agricultura estabelece-se como um dos mais importantes do país e sua falta de verba refletirá um recuo considerável no investimento e desenvolvimento.
De acordo com Marchesan: “Além de menos recursos, houve um crescimento de 58% no desembolso”, “Estão todos informados e espero que haja o remanejamento de verbas de outros programas suplementares”, completou.
Deste modo, o remanejamento de verba seria uma boa alternativa para esta lacuna presente no setor, de forma com que se estabeleçam, mesmo que mínimas, as aplicações necessárias para o crescimento da área.