Percorrendo 87.200 km, frota da São Martinho anda o equivalente a duas voltas na Terra por dia

Entre colhedores de cana, maquinários e caminhões, essa é a distância percorrida diariamente pela Usina “São Martinho”,  considerada a maior processadora de cana do mundo

 

 

Imagine colhedoras de cana, tratores, caminhões canavieiros, plantadores, motoniveladoras e veículos de serviço dando duas voltas completas na Terra –  é a realidade da Usina São Martinho.

 

Totalizando a média 87.200 km diários, essa é a somatória da distância percorrida pela frota agrícola da maior processadora de cana do mundo, que se localiza no município de Pradópolis (SP) e conta com a capacidade de moer até 10 milhões de toneladas de cana por ano.

 

Números expressivos

Essa grande quantidade de números da movimentação da frota, foi divulgada nesta quinta-feira (13/09) por Mario Ortiz Gandini, diretor agrícola e de tecnologia da São Martinho SA, durante evento de apresentação da nova colhedora da montadora Case IH, parceira da Usina nos assuntos de desenvolvimento de maquinário agrícola e cultura da cana-de-açúcar.

Para se ter uma ideia, somente as colhedoras de cana, andam em média 3.500 km por dia; trajeto equivalente à distância entre a cidade de Pradópolis e Rio Branco, capital do Acre.

Já os caminhões, percorrem a distância de 46.000 km, enquanto os tratores andam 6.300 km – o que corresponde a mais de dez voltas no percurso de 4.182 km em linha reta, que separam as cidades de Oiapoque (AP) e Chuí (RS), nos extremos do país.

 

Ritmo acelerado

Processando sua própria cana e a de parceiros e fornecedores de uma área de 135 mil hectares ao redor de sua sede (proporcional a 190 mil campos de futebol), a São Martinho não cansa de apresentar números vastos em sua produção.

O tempo estimado para manter a produção no ritmo é de dois minutos, ou seja, durante este período, ao menos um caminhão carregado de cana deve chegar à moenda.

Segundo Gandini, a boa administração da frota agrícola é essencial para o sucesso da operação, durante os 240 dias de safra. “E a nossa produção não pára há mais de dez anos”, completa.

 

Antecipação da safra

Entretanto, apesar do ritmo acelerado da Usina, a produtividade na safra deverá ser menor.  Estima-se a produção de apenas 85 toneladas por hectare, número menor se comparado à média anterior de 95 toneladas.

Um dos fatores que influenciam essa queda é a ausência de chuva no período entre outubro e janeiro, época de melhor crescimento da cana. Consequentemente, este acontecimento poderá provocar uma antecipação no fim da safra em todo setor. “O cenário para a próxima safra também não é animador” diz Mario.

Um dos principais fornecedores de cana da Usina São Martinho e dono da fazenda Santa Izabel  em Jaboticabal (SP), Paulo Rodrigues, também reconhece este fato. De acordo com ele, choveu menos da metade da média histórica da região; e a colheita deverá terminar em um mês, ou seja, haverá um adiantamento de cerca de 45 dias no trabalho.

Por esse motivo, o executivo pretende antecipar a renovação canavieira em determinados pontos da fazenda da família e em terras arrendadas. “O pior é que a seca prejudica também as próximas safras, já que a cana é uma cultura de cinco ou seis cortes”, conclui.

No total, o filho do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues gerencia 3.500 hectares de cana plantada em São Paulo e mais 2.500 hectares em Frutal (MG).

 

Você também pode se interessar por:
Acabam recursos do Moderfrota em março de 2019

 

Novidades tecnológicas

A parceria entre São Martinho e Case existe desde meados do início dos anos 90, quando a Usina virou campo de testes para produtos de cana, desenvolvidos pela multinacional.

Segundo o gerente de marketing de produto da montadora, Roberto Biasotto, a nova colhedora série 8810, assegura diversas vantagens e utilidades. Dentre elas, 15% de economia no consumo de combustível, qualidade superior de colheita e 29 melhorias tecnológicas incorporadas nesses equipamentos durante os últimos anos. A Usina possui uma frota de 68 colhedoras, contendo nove 8810 e cinco Multirow.

Cada máquina, colhe em média 970 toneladas por dia (em algumas regiões a média pode variar, como em exemplo do Centro Sul, que contabiliza 494 toneladas), desempenho que sobe a cada ano.  Em comparação com a safra 2014/2015, a média por máquina era de 772 toneladas ao dia.

 

Integração de nova colhedora

Há quatro anos, a São Martinho testa a colhedora “Case A-8800 Multirow” de duas linhas, que apesar de ter gerado mudanças na dinâmica do espaçamento de plantio de cana, conta com a possibilidade de uma redução considerável em custos referentes à colheita. A nova máquina tem por desafio a redução nas perdas de eficiência de colheita, no tocante às máquinas de apenas uma linha.  

Neste ano, a mecanização da colheita São Martinho, uma das pioneiras do setor, atingiu 97%. Com o fim do corte da cana queimada, Mario Ortiz declara que a mecanização deixa de 15 a 20 toneladas de matérias seca por hectare no solo.

Contudo, ele assegura que também é importante a consideração de outros pontos, como melhorias  sociais, ambientais, ganhos de longevidade e produtividade do canavial.

Subscribe
Notificar
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
(function(w,d,s,l,i){w[l]=w[l]||[];w[l].push({'gtm.start': new Date().getTime(),event:'gtm.js'});var f=d.getElementsByTagName(s)[0], j=d.createElement(s),dl=l!='dataLayer'?'&l='+l:'';j.async=true;j.src= 'https://www.googletagmanager.com/gtm.js?id='+i+dl;f.parentNode.insertBefore(j,f); })(window,document,'script','dataLayer','GTM-WN6CGN9'); var Tawk_API=Tawk_API||{}, Tawk_LoadStart=new Date(); (function(){ var s1=document.createElement("script"),s0=document.getElementsByTagName("script")[0]; s1.async=true; s1.src='https://embed.tawk.to/5b91636bf31d0f771d8483c2/default'; s1.charset='UTF-8'; s1.setAttribute('crossorigin','*'); s0.parentNode.insertBefore(s1,s0); })();